quarta-feira, 10 de março de 2010

ATPS HUMANISMO

Humanismo: Poesia palaciana e noções de Teatro Vicentino

Língua Portuguesa 1

Profº Guilherme Nicésio

Ana Lúcia Oliveira Pinheiro
RA: 0919439256

Márcio Batista de Sá Guimarães
RA: 0920424102

Merly Stahl Nunes de Paula
RA: 0901392375

Letras 3º Semestre



Faculdade Anhanguera Indaiatuba
Indaiatuba, 10 de Março de 2010

_ Aula-tema: Humanismo – momento histórico e características. Poesia
Palaciana. Teatro Vicentino Fernão Lopes (1378-1449), nomeado Cronista–Mor do Reino por D. Duarte (segundo rei da Dinastia de Avis), manifesta em suas Crônicas os vários fatos que marcaram a história da nobreza portuguesa que antecedera o seu tempo, principalmente os referentes à Dinastia de Borgonha. Sobre esta, o trabalho


PASSOS

Passo 1 - Descreva sucintamente a história de Inês de Castro e do infante
D. Pedro e diga a quais momentos específicos do episódio referem-se os
capítulos XLIV e XXVII da Crônica de D. Pedro I.


Inês de Castro era filha natural de Pedro Fernandes de Castro, mordomo-mor do rei Afonso IV de Castela, e de uma dama portuguesa, Aldonça Lourenço de Valadares. O seu pai era um dos fidalgos mais poderosos do reino de Castela.
D. Pedro era casado com D. Constança, mas alimentava uma paixão fulminante e adúltera por Inês de Castro.
Sob o pretexto da moralidade, D. Afonso IV pai de D. Pedro, era contra o relacionamento de seu filho com Inês, por motivos de diplomacia com João Manuel de Castela, e também devido à amizade íntima de D. Pedro com os irmãos de D. Inês. Sentindo-se ameaçados pelos irmãos Castro, os fidalgos da corte portuguesa pressionavam o rei D. Afonso IV para afastar esta influência do seu herdeiro. Assim, em 1344 o rei mandou exilar Inês na fronteira castelhana. A distância impediu o amor entre Pedro e Inês que continuavam a corresponder-se.

D.Constança morreu em 1345, ao dar à luz ao futuro rei Fernando I de Portugal. Viúvo, Pedro mandou Inês regressar do exílio e os dois foram viver juntos em sua casa, o que provocou grande escândalo na corte, para enorme desgosto de El-Rei seu pai.

D. Afonso IV não aceitando a união de Pedro e Inês, tentou arranjar um casamento para seu filho com uma dama de sangue real. Mas Pedro rejeitou alegando estado de luto por Constança não conseguia pensar num novo casamento.
Boatos surgiam que Pedro e Inês casaram-se em segredo.
Inês teve quatro filhos com D. Pedro, em 1346 deu a luz a Afonso que morreu pouco depois de seu nascimento, em 1349 teve João, em 1354 teve Dinis e em 1347 Beatriz.
Em 1355 com o consentimento de D. Afonso, Inês de Castro foi degolada por três homens. O assassinato causou uma revolta entre D. Pedro e D. Afonso IV, seu pai.
Em 1357 com a morte de D. Afonso IV, D. Pedro assume o trono e manda executar os assassinos de Inês.


Passo 2 - Garcia de Resende (1470-1536), o compilador das poesias palacianascontidas no Cancioneiro Geral, é quem inicia, na Literatura Portuguesa, o tratamento poético do episódio acima referido, com o poema Trovas À Morte de
D. Inês de Castro. Os versos retratam o caso de maneira particularizada, por um lado dando relevância a certa irresponsabilidade do par amoroso, por outro,livrando a culpa de D. Afonso IV, pai de D. Pedro. Explique, utilizando elementos do poema, como podemos chegar a tal conclusão.

D. Pedro queria muito bem a Inês, porém não assumia a seu pai que com ela estava comprometido. Dizendo estar de luto por D. Constança.

“E ouvindo seu dizer,
el-rei ficou mui torvado
por se em tais estremos ver,
e que havia de fazer
ou um ou outro, forçado.
Desejava dar-me vida,
por lhe nam ter merecida
a morte nem nenhum mal;
sentia pena mortal
por ter feito tal partida.”

D. Afonso IV temia que o trono fosse ocupado por bastardos, arma uma cilada para D. Pedro, que logo percebe a trama. Então D. Afonso IV manda matar Inês.

"Com sua morte escusareis
muitas mortes, muitos danos;
vós, senhor, descansareis,
e a vós e a nós dareis
paz para duzentos anos.
O príncepe casará,
filhos de bençam terá,
será fora de pecado;
qu'agora seja anojado,
amenhã lh'esquecerá."

O Cancioneiro Geral é representado pelo lirismo amoroso que se insinua súplicas à mulher, adquirindo graças físicas e sensoriais que a maioria dos velhos trovadores galego-portugueses não ousava revelar.

Fala D. Inês

Qual será o coraçam
tam cru e sem piadade,
que lhe nam cause paixam
úa tam gram crueldade
e morte tam sem rezam?
Triste de mim, inocente,
que, por ter muito fervente
lealdade, fé, amor
ó príncepe, meu senhor,
me mataram cruamente!
A primeira tragédia clássica portuguesa, A Castro de Antonio Ferreira, foi baseada na vida de Inês de Castro em 1587. O povo também representava a tragédia em cordel.

Passo 3 - A obra de Gil Vicente está justamente no entroncamento entre o
período histórico concernente ao final da Idade Média e ao que se costuma
denominar de Renascimento. Demonstre quais são as principais características
que podem aproximar as duas obras de Gil Vicente mencionadas a seguir no
que concerne ao fato de serem representativas do período renascentista:

No século XVI, o auto passa a ser cultivado por Gil Vicente, cuja primeira peça foi
O Monólogo do Vaqueiro. Em Portugal, os autos eram escritos em sete sílabas poéticas e as
estrofes eram as quintilhas. O vocabulário utilizado por Gil Vicente encantava pela
simplicidade e pela franqueza polida. Estas peças eram representadas nas igrejas, nos adros ou
nos serões, da corte como distração, enquanto se esperava a missa do galo ou da meia-noite.

O teatro de Gil Vicente ou teatro Vicentino mostra a convivência de resíduos medievais, que apresentavam antecipações renascentistas. A propagação da cultura clássica e do pensamento científico confrontou-se com a intolerância religiosa.

Ele foi considerado um humanista com grande capacidade de observação e um grande espírito crítico.
Ao ser considerado humanista, ele acabou por praticar a tolerância religiosa, representando com muita simpatia o dia a dia de uma família judaica, na sua obra o Auto da Lusitânia, onde enviou uma carta ao rei, defendendo os judeus.

a)Auto da Barca do Inferno

Em sua obra o Auto da Barca do Inferno, confronta princípios religiosos, indulgências, à atribuição de fenômenos naturais à intervenção direta de Deus.

b) Farsa de Inês Pereira

A farsa escrita por Gil Vicente foi uma comédia que mostrou a vida de uma moça chamada de Inês Pereira, uma moça Gil vicentina, bastante ociosa, namoradeira e leviana e tinha uma vida que girava em torno de uma vida doméstica e que engloba vários personagens bem definidos.
Gil Vicente usa a obra para fazer mais uma crítica às pessoas da época, cada personagem do livro representa um tipo de pessoa
A farsa começa com Inês Pereira reclamando da sua vida, dos trabalhos domésticos que tinha de fazer, reclamava da “prisão” que vivia e queria ser liberta daquela “escravidão”. Sonhava com um homem que a tirasse de sua vida habitual e o ele deveria ser discreto, bailarino e músico.



Fontes de consulta:http://www.colegioweb.com.br/literatura/gil-vicente
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/c/cancioneiro_geral

http://busca.unisul.br/pdf/70355_Carla.pdfhttp://www.colegioweb.com.br/literatura/classificacao-das-obras-de-gil-vicente

quarta-feira, 3 de março de 2010

ATPS TROVADORISMO

ATPS Trovadorismo

Profº Guilherme Nicésio

Ana Lúcia Oliveira Pinheiro RA: 0919439256
Marcio Batista Sá Guimarães RA:0920424102
Merlly Stahl Nunes de Paula RA:0901392375


Faculdade Anhanguera de Indaiatuba

Indaiatuba 03 de Março de 2010

Etapa 1

a) Identifique qual o tipo de cada cantiga (de amigo ou de amor) e o ciclo
cronológico a que pertencem:

A primeira cantiga é uma canção de Martin Codax, classificada como canção de amigo e o ciclo cronológico pertence ao século XIII. 1109-1385.
A segunda cantiga é uma canção de Paio Soares de Taveirós, classificada como cantiga de amor e o ciclo cronológico pertence ao século XII – XIII. Nesta cantiga encontra se uma sintonia de paixão onde há perda de contentamento, e que o amado está morrendo como morrem aqueles que morrem por amar em demasia uma dama.
O ciclo de ambas é cancioneiro d’A Ajuda século XV e XVI

b) Indique o sistema de rimas e identifique o refrão:
O refrão desta cantiga de amigo é: e miraremo’-las ondas.
As rimas são paralelas compostas por: Igo - ido, ou-ou, ado-ado, ido-igo.
O refrão da cantiga de amor é: ai, mia senhor, assi.
As rimas são compostas por: en.

c) Para a cantiga de amigo indique a classificação temática usando elementos do
texto, para a cantiga de amor identifique e explique como acontece a expressão
do “amor cortês”;

Nesta canção nota se que o rapaz está perdidamente apaixonado pela moça, já não dorme e quase morre de amor, porém não pode revelar que sofre desse a-mor, nem pode revelar a identidade de sua amada já que quase sempre ela é comprometida. O emissor é homem e o receptor é mulher. Disfarça suas inten-ções eróticas com a dama já que seus desejos são irrealizáveis na vida real, ima-gina que a distância faz com que o amor aumente cada vez mais.
Trata sua dama como o vassalo ao seu senhor, disfarça com elementos de lin-guagem bem como pseudônimos, mas sem revelar o nome da moça.
Na canção de amigo o emissor é uma mulher e o receptor é um homem. A mulher está na posição de plebéia, é uma canção composta nesse caso para o mar, con-fessando seu amor e almejando notícias dele. Enfim podem ser feitas diversas composições para ocasiões diferentes, como um dialogo com o mar ou canção para a irmã ou mãe por exemplo.

d) Faça uma síntese de cada cantiga
As cantigas compostas pelos trovadores eram musicadas e interpretadas pelo jo-gral, pelo segrel e pelo menestrel, artistas agregados às cortes ou perambulavam pelas cidades e feiras. Muitas vezes o jogral também compunha cantigas.
Na canção de amor o trovador canta seu amor a uma dama. O amor é impossibi-litado devido ao comprometimento da dama, também pelas diferenças sociais. O eu - lírico é masculino. A dama é normalmente de posição social superior.
Na canção de amigo mesmo sendo dolorosa ao mesmo tempo é prazerosa a dor do amor.
Tal cantiga expressa sentimentos que não se concretizam realmente.
O eu – lírico geralmente é feminino, mas pode ser masculino também.

Passo 2

Leia a cantiga de amigo abaixo e explique porque podemos dizer que há
um sistema que é chamado de paralelismo:
Os versos desse poema possuem metrificação silábica constituindo as estrofes de modo paralelo em seus versos, pois,as cantigas utilizam essa estrutura alternando os versos e repetindo o refrao, sendo que: os primeiros versos de 10 silabas, os segundos versos de 12 silabas e os terceiros de 8 silabas construindo assim um paralelismo entre as estrofes.
Suas rimas são compostas por: Ir e ar.

Passo 3

Na cantiga de amor abaixo, D. Dinis discute o problema da expressão
do amor nas poesias provençais, sugerindo certa falta de sinceridade. Usando
os elementos da própria cantiga, diga por que podemos chegar a tal conclusão.
A cantiga mostra que o mancebo louva sua senhora apenas quando tudo está bem, mas não quando seu coração está triste por não ter concretizado o idílio mas desejá-lo.

Passo 4

Explique, usando elementos do texto, porque podemos dizer que a
cantiga abaixo é uma paródia à teoria do amor cortês e às suas exigências:
Na verdade essa paródia é uma canção satirizada, classificada como uma canção de escárnio, pois ela maldiz a moça e não a elogia chamando-a de feia, velha e louca, ao contrario da canção de amor que ressalta as qualidades da moça.
O autor da canção faz ofensas com palavras de xingamento e diz que nunca fará para ela uma canção de amor.

Passo 5

Tendo em vista o fato de o “amor cortês” caracterizar-se justamente
pela impossibilidade de união real entre os dois amantes, diga em que consiste
a “falta” que define as relações amorosas das novelas de cavalaria. Explique
isso exemplificando com a história de Tristão e Isolda. (BÉDIER, Joseph. O
romance de Tristão e Isolda. São Paulo: Martins Fontes, 2001).
O mito de Tristão e Isolda foi retratado de diferentes maneiras na Idade Média. Em linhas gerais a história pode ser descrita assim:
Tristão, excelente cavaleiro a serviço de seu tio, o rei Marc da Cornualha, viaja à Irlanda para trazer a bela princesa Isolda para casar-se com seu tio. Durante a viagem de volta à Grã-Bretanha, os dois acidentalmente bebem uma poção de amor mágica, originalmente destinada a Isolda e Marc. Devido a isso, Tristão e Isolda apaixonam-se perdidamente, e de maneira irreversível, um pelo outro. De volta à corte, Isolda casa-se com Marc, mas Isolda e Tristão mantêm um romance que viola as leis temporais e religiosas e escandaliza a todos. Tristão termina banido do reino, casando-se com Isolda das Mãos Brancas, princesa da Bretanha, mas seu amor pela outra Isolda não termina. Depois de muitas aventuras, Tristão é mortalmente ferido por uma lança e manda que busquem a Isolda para curá-lo de suas feridas. Enquanto ela vem a caminho, a esposa de Tristão, Isolda das Mãos Brancas, engana-o, fazendo-o acreditar que Isolda não viria para vê-lo. Tristão morre, e Isolda, ao encontrá-lo morto, morre também de tristeza.

(Wikipédia)

A falta designa-se do fato de ambos desafiarem as leis e doutrinas regentes na época já que adultério era crime e não havia casamento por amor eram todos arranjados. Ate mesmo dentro do casamento o amor era mal visto. O amor cortes era baseado em não revelar diretamente esse amor.

Passo 6

Descreva, sucintamente, o argumento de A Demanda do Santo Graal e
explique o significado do episódio intitulado “A tentação de Galaaz” (in:
MOISES, Massaud. A Literatura Portuguesa através dos Textos. 28ª ed. São
Paulo: Cultrix, 2002) para a configuração de um tipo específico de cavaleiro
medieval.
A demanda do Santo Graal, o Graal é o próprio mistério, o objeto de desejo de todos e também a metáfora da busca individual, do autoconhecimento.
Em última análise, o santo cálice, usado por Cristo na sua última refeição e que teria sido trazido por José de Arimatéia, representa a Vida, a última ceia, o sangue de Jesus e, portanto, o próprio Cristo, que nela bebeu.

(Yahoo respostas)

A Demanda do Santo Graal é a novela mais importante para a literatura portugue-sa. Ela retrata as aventuras dos cavaleiros do rei Artur, portanto é um ciclo arturia-no ou bretão. O rei Artur nessas aventuras buscava encontrar o cálice sagrado (Santo Graal).
Segundo pesquisas este cálice conteria o sangue recolhido por José de Arimatéia, quando Cristo estava crucificado. Essa demanda é repleta de simbolismo religio-so, e o valoroso cavaleiro Galaaz que consegue o cálice por ser considerado uma pessoa pura ao contrário de Lancelot que ao ser tentado por uma mulher com-promete a sua castidade.