quinta-feira, 27 de maio de 2010

ATPS – ROMANTISMO.


FACULDADE ANHANGUERA EDUCACIONAL
PROFº. GUILHERME

Ana Lúcia Pinheiro
Márcio Guimarães
Merlly Stahl

PASSO 1

A partir da leitura da História da Literatura Portuguesa, de Antonio José Saraiva, um dos livros de nossa bibliografia, comente o papel fundamental do romance Viagens na Minha Terra (1846), de Almeida Garrett (1799-1854), no cenário do romantismo português.

A prosa Viagens na Minha Terra mistura o estilo digressivo da viagem real e o novelesco, é considerada um marco na carreira literária de Almeida Garrett, na mesma linha de Viagem à Roda de Meu Quarto de Xavier de Maistre a narrativa é composta de duas partes. O autor ao mesmo tempo narrador mescla outras obras literárias de: Camões, Napoleão e até mesmo Shakespeare com isso sua narrativa fica rica em questão textual.
A obra analisa a situação política e social do país e pela simbologia que Frei Dinis e Carlos representa: no primeiro é visível o que ainda restava de positivo e negativo do Portugal velho, absolutista; o segundo representa, até certo ponto, o espírito renovador e liberal.
Na segunda parte a narrativa é composta por uma história amorosa e ao mesmo tempo trágica envolvendo as personagens Joaninha, Carlos, Georgina, Frei Dinis e Francisca. A história passa-se em 1830 a 1834, durante as lutas entre liberais e miguelistas. Os conflitos que envolvem essas personagens têm causa ainda num passado mais distante que trata da vida do personagem Frei Dinis, quando antes de se tornar religioso era um nobre e que em circunstâncias dramáticas resolvera esconder a paternidade de Carlos.

PASSO 2
Não são poucos os críticos a sublinhar a tensão entre características românticas e clássicas na obra Almeida Garrett. Nos capítulo 05 e 06 de Viagens na Minha Terra, encontre e comente elementos que justifiquem tal opinião da crítica.
a. Cap. V: Chegada à vila de Pinhal do Azambuja. Descrição do lugar. Cita Benjamim Antier, Vitor Hugo, El Cid. Segue o narrador para Cartaxo.
b. Cap. VI: Cita Homero e Camões e da necessidade de se misturar o maravilhoso mitológico ao Cristianismo. Fala o narrador da Divina Comédia. Chegada a Cartaxo.

O livro Viagens na Minha Terra, publicado em 1846, é o ponto de iniciação da moderna prosa literária portuguesa: pela mistura de estilos e de gêneros, pelo cruzamento de uma linguagem ora clássica ora popular, ora jornalística ora dramática, ressaltando a vivacidade de expressões e imagens, pelo tom oralizante do narrador, Garrett libertou o discurso da pesada tradição clássica, antecipando o melhor que a este nível havia de realizar.
Vários elementos indicam presença de mitos na obra: o descontentamento da personagem com o mundo que o cerca, sua luta contra o monsto da Guerra, a sequência mítica Nascimento/Morte/Ressureição, a presença do ser amado que torna-se intermedito e morre fisicamente (Joaninha) ou simbolicamente (Georgina). A rebeldia e a submissão do heroi poderiam também ser relacionado com conflitos de seu criador que, abraçou o liberalismo e o romantismo, deixando em sua obra, a marca das confeccções que formaram inicialmente.
A contradição interna das personagens de Viagens na Minha Terra levaria a percepção de que o texto de Gerrett teria as marcas de uma posição romântica que se recusaria a seguir modelos clássicos preestabelecidos.

PASSO 3
Uma das caracteríscas do período romântico é a retomada de temas medievais. A novela de cavalaria do século XII, Tristão e Isolda, aboradada na etapa Nº 2, é recuperada, direta ou indiretamente, ao longo da história da lietratura. O chamado amor romântico, caracteristico dos romances do século XIX, encontra suas origens no amor paixão do período medieval, aquele que se contapõe ao amor cortês. Considerando a leitura do romance Amor de Perdição (1862), de Camilo Castelo Branco (1825-1890), faça uma análise comparativa sobre a relação amorosa estabelecida entre as personagens Teresa Albuquerque e Simão Betelho e entre Tristão e Isolda.

A comparação das obras não é apenas óbvia, em razão da coincidência da temática, mas também legitima, se levarmos em conta as semelhanças existentes entre os dois textos. Assinalamos, em especial, a abordagem do impedimento da realização amorosa e o ponto de vista dos narradores que parecem ver a proibição decorrente de fatores sociais e familiares como uma atitude geradora da perdição, isto é, da desgraça e da infelicidade.

Fontes de pesquisa:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Viagens_na_Minha_Terra
http://www.jayrus.art.br/Apostilas/LiteraturaPortuguesa/Romantismo/Almeida_Garrett_Viagens_na_Minha_Terra_analise_resumo.htm
http://www.ich.pucminas.br/posletras/pdf/Garrett%20revisado.pdf
http://www.dialogarts.uerj.br/arquivos/O.Amor.Nadia.pdf
Eunice T. Piazza Gai.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Barroco

ATPS – LITERATURAS DE LÍNGUA PORTUGUESA I

PROFESSOR GUILHERME

BARROCO PORTUGUÊS

Ana Lúcia Pinheiro
Márcio Guimarães
Merlly Stahl





Passo 1 - Delineie, de forma sucinta, o tema central do Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as da Holanda, de Antonio Vieira (1608-1697). Por que podemos considerar tal obra como sendo representativa de uma literatura portuguesa que vai ganhando traços da colonial? Para ler o sermão, acesse:
Acessado em
06 de dezembro de 2009.

A obra trata-se de um texto religioso redigido pelo sacerdote, tendo como incentivo à pregação que realizou no Brasil, por volta 1640, na Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, na Bahia. No texto nota-se que houve uma forte influência social devido à época, os acontecimentos patriotas e religiosos foram um dos pontos para iniciação da obra.
O Sermão foi elaborado pelo Padre Antônio Vieira, na tentativa de impedir o jugo holandês e foi direcionado para o povo católico. Devido às grandes navegações aos portugueses que tinham pretensões de dominar o desconhecido, assim Vieira cita em seu sermão.
“Se esta havia de ser a paga e o fruto de nossos trabalhos, para que foi o trabalhar, para que foi o servir, para que foi o derramar tanto e tão ilustre sangue nestas conquistas? Para que abrimos os mares nunca dantes navegados? Para que descobrimos as regiões e os climas não conhecidos? Para que contrastámos os ventos e as tempestades com tanto arrojo (...)”.

O que mais propiciou a redigir o Sermão foi à falta de infra-estrutura e manutenção do império conquistado; com isso o Brasil se vê na necessidade de passar às propriedades aos holandeses, os “hereges”. Por causa desse posicionamento o sacerdote usa argumentos para dirigir-se a Deus, de forma que engrandeça a glória divina, a vitória aos portugueses. O que Vieira defende está explicito bem no próprio título do sermão; o sacerdote advoga que Deus retome a aliança com os portugueses para que estes possam derrotar os holandeses.
(...) Em castigar, vencei-nos a nós, que somos criaturas fracas; mas em perdoar, vencei-Vos a Vós mesmo, que sois todo-poderoso e infinito. Só esta vitória é digna de Vós, porque só vossa justiça pode pelejar com armas iguais contra vossa misericórdia; e sendo infinito o vencido, infinita fica a glória do vencedor. (...). (VIEIRA, 1959, p. 322-323).

Para narrar os argumentos, o pregador dirigi-se aos brasileiros e como se fosse uma peça teatral, “contracena” com Deus, faz uma analogia entre seu discurso e o Profeta Rei com argumentos, construindo assim o Sermão.

O texto deixa bem claro que Portugal estava perdendo o Brasil para os holandeses, Vieira através do Sermão incita o povo brasileiro para a luta armada. O discurso é fixado em um jogo parafrásico, ele usa sua interpretação da Bíblia Sagrada para compor esse discurso. Podemos afirmar que seu texto pode ser considerado um monólogo, ele eliminou quaisquer possibilidades de diálogo. Ao referir-se ao “tu”, ele transforma-se em um receptor.

Nesse período colonial teocentrista, Deus como Centro de tudo, os sacerdotes tinham um poder de persuadir as pessoas usando a fé em batalhas e o Sermão de Vieira relata bem isso, tanto que tinha o poder de organizar batalhas.

Texto de apoio.
Créditos: Cláudia Assad Álvares, Doutora em Filologia e Língua Portuguesa

Passo 2 - Considera-se a épica Prosopopéia (1601), de Bento Teixeira (1561-1618), a primeira manifestação literária brasileira produzida diretamente a partir da esteira da tradição portuguesa. Alfredo Bosi, em sua História Concisa da
Literatura Brasileira, chega a tomar a obra como “um primeiro e canhestro
exemplo de maneirismo nas letras da colônia”. Explicando que entende o
maneirismo deste caso na “sua acepção mais pobre”: “à maneira de um autor já consagrado”. Qual é o autor português que serve de modelo a Teixeira, à
maneira de qual obra constrói sua Prosopopéia? Quais as características formais da obra brasileira que denunciam evidente aproximação desta com a obra portuguesa referida? Ao mesmo tempo, há alguma novidade lexical,
cenográfica ou temática na obra quando comparada a seu modelo? Explique sucintamente qual é o tema de Prosopopéia. Para consultar o poema, acesse o site do NPILL da Universidade Federal de Santa Catarina:
Acessado em
06 de dezembro de 2009.

Na prosopopeia de Bento Teixeira, o autor se inspira fortemente em Camões e seu poema Os Lusíadas. E assim como em Os Lusíadas onde D. Afonso é enaltecido por Camões, na Prosopopeia de Bento Teixeira, o autor enaltece D.Jorge e D. Duarte de Albuquerque Coelho.
Ambos os poemas são compostos em oitava-rima, versos decassílabos heróicos, ambos relatam a presença das Musas e de deuses mitológicos. Quem narra é Proteu o “braço direito” de Odisseu (O Velho do Mar),
Já em Os Lusíadas, um dos narradores é Vasco da Gama e dentro de sua narração outro narrador O Velho do Restelo, os nomes dos narradores de ambas as prosopopeias são parecidos.
A Prosopopeia de Bento Teixeira é totalmente composta por rimas ricas, já em Os Lusíadas é composto por rimas ricas e pobres.
O autor ao compor esta prosopopeia, deseja inovar os sonetos como Eneida, Odisseia e Os Lusíadas. Sua pretensão não é menosprezá-las, mas inová-las.


Passo 3 - Leia os dois sonetos abaixo de Gregório de Matos (1636-1695). Se
quiser aprofundar seus conhecimentos sobre a obra do poeta:
Acessado em 06
de dezembro de 2009.

A N. SENHOR JESUS CHRISTO COM ACTOS DE ARREPENDIDO E SUSPIROS DE AMOR.

Ofendi-vos, meu Deus, bem é verdade,
É verdade, meu Deus, que hei delinqüido,
Delinqüido vos tenho, e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.
Maldade, que encaminha à vaidade,
Vaidade, que todo me há vencido;
Vencido quero ver-me, e arrependido,
Arrependido a tanta enormidade.
Arrependido estou de coração,
De coração vos busco, dai-me os braços,
Abraços, que rendem vossa luz.
Luz que claro me mostra a salvação,
A salvação pretendo em tais abraços,
Misericórdia, Amor, Jesus, Jesus.

a) Qual a classificação temática de tal soneto de Gregório de
Matos?
O poema não gira em torno do tema amoroso, além disso, é uma oração e é destinado ao Senhor Jesus. Suas rimas são compostas por musicalidades, podendo ser um hino ou uma canção.

b) Por que a temática deste poema pode ser considerada tipicamente barroca?

Por saudar a religiosidade medieval, pelas súplicas às divindades, nesse caso diretamente a Jesus. Há uma busca da pureza da fé, o perdão do pecado, mas também a necessidade de viver a vida mundana.

c) Neste poema, Gregório de Matos faz uso de um artifício
poético denominado anadiplose. Em que consiste tal artifício?

Consiste na repetição da última palavra ou expressão de uma oração ou frase no início da seguinte, também diz respeito à construção de um texto e não ao seu sistema de ideias, que dificilmente se altera com o seu uso.
Ex: Maldade, que encaminha à vaidade,
Vaidade, que todo me há vencido;


AOS AFETOS, E LÁGRIMAS DERRAMADAS NA
AUSÊNCIA DA DAMA A QUEM QUERIA BEM.

Ardor em firme coração nascido!
Pranto por belos olhos derramado!
Incêndio em mares de água disfarçado!
Rio de neve em fogo convertido!
Tu, que em um peito abrasas escondido;
Tu, que em um rosto corres desatado;
Quando fogo, em cristais aprisionado;
Quando cristal, em chamas derretido.
Se é fogo, como passas brandamente?
Se és neve, como queimas com porfia?
Mas ai! Que andou Amor em ti prudente.
Pois para temperar a tirania,
Como quis, que aqui fosse a neve ardente,
Permitiu, parecesse a chama fria.

a) Qual a classificação temática de tal poema de Gregório de
Matos?

É um poema gongorista e metafórico e também há lítotes em ação.

b) A antítese e o paradoxo são bem determinantes para o desenvolvimento lógico e temático do poema. Demonstre quais são suas principais estruturas antitéticas e paradoxais, fundamentais para a compreensão de suas características barrocas.

Identifique pelo menos um oxímoro e um quiasmo no poema. Explique como
funcionam.
Oxímoro: figura em que se combinam palavras de sentido oposto, mas que, no contexto reforçam a expressão.
Ex: Rio de neve em fogo convertido.
Quiasmo: é a repetição simétrica, como ABBA.
Ex: Prudente
Fria
Ardente
Tirania

Referências Bibliográficas:
Créditos: Cláudia Assad Álvares, Doutora em Filologia e Língua Portuguesa

http://www।cce.ufsc.br/~nupill/literatura/prosopopeia.html





quinta-feira, 8 de abril de 2010

ATPS Classicismo

Classicismo: Os Lusíadas


Língua Portuguesa 1

Profº Guilherme Nicésio

Ana Lúcia Oliveira Pinheiro
RA: 0919439256

Márcio Batista de Sá Guimarães
RA: 0920424102

Merlly Sthal
RA: 0901392375

Letras 3º Semestre

Faculdade Anhanguera de Indaiatuba
Indaiatuba, 07 de Abril de 2010.

Passo 1 - Que tipo de verso e que forma de estrofação predominam nessa
epopéia?

Os Lusíadas é composto por 10 Cantos (partes) e 1102 estrofes (8816 versos) sendo que cada estrofe contém 8 versos e por isso são chamadas oitavas.
Suas rimas são:1a, 2b, 3a, 4b, 5a, 6b, 7c, 8c.
Os versos são decassílabos, portanto tem 10 sílabas.
Tipos de versos: Epopéia, Poema épico e Poemeto.

Passo 2 - Quem são os narradores de cada um dos mencionados instantes? Qual deles se posta prol navegações e qual se coloca contra? Por quê? Ilustre sua hipótese com exemplos emblemáticos do próprio poema.

Os narradores são: O Eu lírico (Camões) e o Velho do Restelo.

Camões inicia a proposição narrando o canto I quando a frota de Vasco da Gama está no oceano Índico; avançados na viagem e passado o cabo das tormentas. Esta narrativa se mostra a favor das navegações, como um ato heróico.
As armas e os Barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana (...)
O canto IV (Velho Restelo) dá prosseguimento à narração da história de Portugal.
D. Manuel depois de um sonho profético encarrega Vasco da Gama de organizar uma expedição para a Índia.
Como os homens cobiçando a fama e a fortuna partem mar adentro deixando para trás família, filhos e esposas;Este momento se mostra contra.
O Velho não aparece como primeira pessoa, mas sim através da narração de Vasco da Gama.
Mas um velho, d' aspeito venerando,
Que ficava nas praias, entre a gente,
Postos em nós os olhos, meneando
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco alevantando,
Que nós no mar ouvimos claramente,
Cum saber só d' experiências feito,
Tais palavras tirou do experto peito:

«Ó glória de mandar, ó vã cobiça
Desta vaidade a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C.a aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!


Passo 3 - Uma das principais iniciativas da cultura erudita européia a partir do
Renascimento, como sabemos, foi retomar e transformar a arte e o pensamento greco-latinos.
No soneto “Transforma-se o amador na cousa amada”, de
Camões, por exemplo, nota-se tal movimento ocorrendo na adaptação do amor
platônico, já filtrado pela revisão petrarquista, para a tradição da lírica em
Língua Portuguesa.

Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois consigo tal alma está liada.

Mas esta linda e pura semideia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim co'a alma minha se conforma,

Está no pensamento como ideia;
[E] o vivo e puro amor de que sou feito,
Como matéria simples busca a forma.

Para conhecer mais sobre essa característica clássica da lírica camoniana,
leia o breve artigo Amor e Neoplatonismo em Camões, de Fábio Della Paschoa
Rodrigues:
Encontre e comente no poema os
elementos supostamente importados e transformados de Platão.

“Platão, filósofo grego (429-347 a.C), exerceu uma sensível influência em muitas poesias camonianas. Sobretudo no que se refere à Beleza e ao Amor. Segundo Platão, nossa alma, presa ao corpo na vida terrena, liga-se à beleza graças à vaga memória de Beleza soberana contemplada em outra esfera. O amor não seria mais do que um desejo de alcançar essa Beleza. Entretanto, contemplar a beleza da natureza ou o encanto físico é contemplar apenas uma aparência, apenas um reflexo da Suprema Beleza. O amor platônico é, portanto a elevação em direção à Beleza que ultrapassa o indivíduo e os prazeres dos sentidos.”

As características da literatura renascentista se davam com imitação dos autores Greco-latinos: Homero, Sófocles, Ésquilo, Aristóteles (gregos); Cícero, Virgílio, Ovídio, Plauto, Horácio (latinos).
A visão que os clássicos tinham do amor, fundamentava-se em três aspectos: racionalismo, idealização e espiritualismo.
Apesar de objetiva, a arte clássica não era naturalista. A realidade sensível devia ser idealizada pelo artista.
A mulher amada não era descrita como criatura humana, mas como um ser angelical. A natureza era vista como uma região paradisíaca.
No poema acima citado, Camões idealiza que o amor de forma que os amantes sejam dois num só corpo e mente.
Embora o homem queira atingir o ideal e a perfeição, tem de enfrentar a restrição imposta pela própria condição humana.
Chegando a conclusão de que não existe o absoluto ou o eterno, ele se depara com um paradoxo sobre o real e o ideal, o eterno e o transitório, a morte e a vida, o pessoal e o universal. Nesses pares, encontram-se as mais profundas tensões que a lírica já deixou transparecer.
O platonismo revela-se, no soneto, pela sublimação eternizadora da amada, quanto maior o sofrimento, mais forte era o amor. No caso tudo indica que seja Dinamene, sua amada chinesa que morreu num naufrágio.
“Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.”
(...)
“Está no pensamento como ideia;
[E] o vivo e puro amor de que sou feito,
Como matéria simples busca a forma.”

Passo 4 - Comente a maneira lógica com que Camões consegue conduzir o assunto amoroso, estratégia discursiva bastante típica da forma-fixa soneto.

Os sonetos Camonianos são a partes mais conhecida de sua lírica, também são os melhores já escritos de língua portuguesa. Quase sempre são compostos de rima rica.
Esse tipo de composição requer grande concentração emocional, pois um verso citado no início do poema dá seguimento no poema todo retomando o sentido do mesmo.
Os sonetos eram compostos por paradoxos, como, dor e prazer, incertezas e o martírio dos sentimentos mais íntimos das pessoas quando estão amando.
A perfeição como eram compostos esses sonetos, mescla harmonia e equilíbrio. Apelos sensuais e espirituais.
É uma imitação do real expressada através de palavras. As pessoas apaixonadas falam a mesma linguagem, independentemente da época em que vivem.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Lusíadas#Narradores_e_os_seus_discursos
Acessado em 24 de Março de 2010

Maia, João Domingues. Português Livro do professor. Unidade 15 Classicismo. São Paulo: Editora Ática, 2008

http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/portugues/literatura_portuguesa/autores/lit_port_poesia_lirica
Acessado em 24 de Março de 2010

http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/n00001.htm
Acessado em 06 de Dezembro de 2009.

quarta-feira, 10 de março de 2010

ATPS HUMANISMO

Humanismo: Poesia palaciana e noções de Teatro Vicentino

Língua Portuguesa 1

Profº Guilherme Nicésio

Ana Lúcia Oliveira Pinheiro
RA: 0919439256

Márcio Batista de Sá Guimarães
RA: 0920424102

Merly Stahl Nunes de Paula
RA: 0901392375

Letras 3º Semestre



Faculdade Anhanguera Indaiatuba
Indaiatuba, 10 de Março de 2010

_ Aula-tema: Humanismo – momento histórico e características. Poesia
Palaciana. Teatro Vicentino Fernão Lopes (1378-1449), nomeado Cronista–Mor do Reino por D. Duarte (segundo rei da Dinastia de Avis), manifesta em suas Crônicas os vários fatos que marcaram a história da nobreza portuguesa que antecedera o seu tempo, principalmente os referentes à Dinastia de Borgonha. Sobre esta, o trabalho


PASSOS

Passo 1 - Descreva sucintamente a história de Inês de Castro e do infante
D. Pedro e diga a quais momentos específicos do episódio referem-se os
capítulos XLIV e XXVII da Crônica de D. Pedro I.


Inês de Castro era filha natural de Pedro Fernandes de Castro, mordomo-mor do rei Afonso IV de Castela, e de uma dama portuguesa, Aldonça Lourenço de Valadares. O seu pai era um dos fidalgos mais poderosos do reino de Castela.
D. Pedro era casado com D. Constança, mas alimentava uma paixão fulminante e adúltera por Inês de Castro.
Sob o pretexto da moralidade, D. Afonso IV pai de D. Pedro, era contra o relacionamento de seu filho com Inês, por motivos de diplomacia com João Manuel de Castela, e também devido à amizade íntima de D. Pedro com os irmãos de D. Inês. Sentindo-se ameaçados pelos irmãos Castro, os fidalgos da corte portuguesa pressionavam o rei D. Afonso IV para afastar esta influência do seu herdeiro. Assim, em 1344 o rei mandou exilar Inês na fronteira castelhana. A distância impediu o amor entre Pedro e Inês que continuavam a corresponder-se.

D.Constança morreu em 1345, ao dar à luz ao futuro rei Fernando I de Portugal. Viúvo, Pedro mandou Inês regressar do exílio e os dois foram viver juntos em sua casa, o que provocou grande escândalo na corte, para enorme desgosto de El-Rei seu pai.

D. Afonso IV não aceitando a união de Pedro e Inês, tentou arranjar um casamento para seu filho com uma dama de sangue real. Mas Pedro rejeitou alegando estado de luto por Constança não conseguia pensar num novo casamento.
Boatos surgiam que Pedro e Inês casaram-se em segredo.
Inês teve quatro filhos com D. Pedro, em 1346 deu a luz a Afonso que morreu pouco depois de seu nascimento, em 1349 teve João, em 1354 teve Dinis e em 1347 Beatriz.
Em 1355 com o consentimento de D. Afonso, Inês de Castro foi degolada por três homens. O assassinato causou uma revolta entre D. Pedro e D. Afonso IV, seu pai.
Em 1357 com a morte de D. Afonso IV, D. Pedro assume o trono e manda executar os assassinos de Inês.


Passo 2 - Garcia de Resende (1470-1536), o compilador das poesias palacianascontidas no Cancioneiro Geral, é quem inicia, na Literatura Portuguesa, o tratamento poético do episódio acima referido, com o poema Trovas À Morte de
D. Inês de Castro. Os versos retratam o caso de maneira particularizada, por um lado dando relevância a certa irresponsabilidade do par amoroso, por outro,livrando a culpa de D. Afonso IV, pai de D. Pedro. Explique, utilizando elementos do poema, como podemos chegar a tal conclusão.

D. Pedro queria muito bem a Inês, porém não assumia a seu pai que com ela estava comprometido. Dizendo estar de luto por D. Constança.

“E ouvindo seu dizer,
el-rei ficou mui torvado
por se em tais estremos ver,
e que havia de fazer
ou um ou outro, forçado.
Desejava dar-me vida,
por lhe nam ter merecida
a morte nem nenhum mal;
sentia pena mortal
por ter feito tal partida.”

D. Afonso IV temia que o trono fosse ocupado por bastardos, arma uma cilada para D. Pedro, que logo percebe a trama. Então D. Afonso IV manda matar Inês.

"Com sua morte escusareis
muitas mortes, muitos danos;
vós, senhor, descansareis,
e a vós e a nós dareis
paz para duzentos anos.
O príncepe casará,
filhos de bençam terá,
será fora de pecado;
qu'agora seja anojado,
amenhã lh'esquecerá."

O Cancioneiro Geral é representado pelo lirismo amoroso que se insinua súplicas à mulher, adquirindo graças físicas e sensoriais que a maioria dos velhos trovadores galego-portugueses não ousava revelar.

Fala D. Inês

Qual será o coraçam
tam cru e sem piadade,
que lhe nam cause paixam
úa tam gram crueldade
e morte tam sem rezam?
Triste de mim, inocente,
que, por ter muito fervente
lealdade, fé, amor
ó príncepe, meu senhor,
me mataram cruamente!
A primeira tragédia clássica portuguesa, A Castro de Antonio Ferreira, foi baseada na vida de Inês de Castro em 1587. O povo também representava a tragédia em cordel.

Passo 3 - A obra de Gil Vicente está justamente no entroncamento entre o
período histórico concernente ao final da Idade Média e ao que se costuma
denominar de Renascimento. Demonstre quais são as principais características
que podem aproximar as duas obras de Gil Vicente mencionadas a seguir no
que concerne ao fato de serem representativas do período renascentista:

No século XVI, o auto passa a ser cultivado por Gil Vicente, cuja primeira peça foi
O Monólogo do Vaqueiro. Em Portugal, os autos eram escritos em sete sílabas poéticas e as
estrofes eram as quintilhas. O vocabulário utilizado por Gil Vicente encantava pela
simplicidade e pela franqueza polida. Estas peças eram representadas nas igrejas, nos adros ou
nos serões, da corte como distração, enquanto se esperava a missa do galo ou da meia-noite.

O teatro de Gil Vicente ou teatro Vicentino mostra a convivência de resíduos medievais, que apresentavam antecipações renascentistas. A propagação da cultura clássica e do pensamento científico confrontou-se com a intolerância religiosa.

Ele foi considerado um humanista com grande capacidade de observação e um grande espírito crítico.
Ao ser considerado humanista, ele acabou por praticar a tolerância religiosa, representando com muita simpatia o dia a dia de uma família judaica, na sua obra o Auto da Lusitânia, onde enviou uma carta ao rei, defendendo os judeus.

a)Auto da Barca do Inferno

Em sua obra o Auto da Barca do Inferno, confronta princípios religiosos, indulgências, à atribuição de fenômenos naturais à intervenção direta de Deus.

b) Farsa de Inês Pereira

A farsa escrita por Gil Vicente foi uma comédia que mostrou a vida de uma moça chamada de Inês Pereira, uma moça Gil vicentina, bastante ociosa, namoradeira e leviana e tinha uma vida que girava em torno de uma vida doméstica e que engloba vários personagens bem definidos.
Gil Vicente usa a obra para fazer mais uma crítica às pessoas da época, cada personagem do livro representa um tipo de pessoa
A farsa começa com Inês Pereira reclamando da sua vida, dos trabalhos domésticos que tinha de fazer, reclamava da “prisão” que vivia e queria ser liberta daquela “escravidão”. Sonhava com um homem que a tirasse de sua vida habitual e o ele deveria ser discreto, bailarino e músico.



Fontes de consulta:http://www.colegioweb.com.br/literatura/gil-vicente
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/c/cancioneiro_geral

http://busca.unisul.br/pdf/70355_Carla.pdfhttp://www.colegioweb.com.br/literatura/classificacao-das-obras-de-gil-vicente

quarta-feira, 3 de março de 2010

ATPS TROVADORISMO

ATPS Trovadorismo

Profº Guilherme Nicésio

Ana Lúcia Oliveira Pinheiro RA: 0919439256
Marcio Batista Sá Guimarães RA:0920424102
Merlly Stahl Nunes de Paula RA:0901392375


Faculdade Anhanguera de Indaiatuba

Indaiatuba 03 de Março de 2010

Etapa 1

a) Identifique qual o tipo de cada cantiga (de amigo ou de amor) e o ciclo
cronológico a que pertencem:

A primeira cantiga é uma canção de Martin Codax, classificada como canção de amigo e o ciclo cronológico pertence ao século XIII. 1109-1385.
A segunda cantiga é uma canção de Paio Soares de Taveirós, classificada como cantiga de amor e o ciclo cronológico pertence ao século XII – XIII. Nesta cantiga encontra se uma sintonia de paixão onde há perda de contentamento, e que o amado está morrendo como morrem aqueles que morrem por amar em demasia uma dama.
O ciclo de ambas é cancioneiro d’A Ajuda século XV e XVI

b) Indique o sistema de rimas e identifique o refrão:
O refrão desta cantiga de amigo é: e miraremo’-las ondas.
As rimas são paralelas compostas por: Igo - ido, ou-ou, ado-ado, ido-igo.
O refrão da cantiga de amor é: ai, mia senhor, assi.
As rimas são compostas por: en.

c) Para a cantiga de amigo indique a classificação temática usando elementos do
texto, para a cantiga de amor identifique e explique como acontece a expressão
do “amor cortês”;

Nesta canção nota se que o rapaz está perdidamente apaixonado pela moça, já não dorme e quase morre de amor, porém não pode revelar que sofre desse a-mor, nem pode revelar a identidade de sua amada já que quase sempre ela é comprometida. O emissor é homem e o receptor é mulher. Disfarça suas inten-ções eróticas com a dama já que seus desejos são irrealizáveis na vida real, ima-gina que a distância faz com que o amor aumente cada vez mais.
Trata sua dama como o vassalo ao seu senhor, disfarça com elementos de lin-guagem bem como pseudônimos, mas sem revelar o nome da moça.
Na canção de amigo o emissor é uma mulher e o receptor é um homem. A mulher está na posição de plebéia, é uma canção composta nesse caso para o mar, con-fessando seu amor e almejando notícias dele. Enfim podem ser feitas diversas composições para ocasiões diferentes, como um dialogo com o mar ou canção para a irmã ou mãe por exemplo.

d) Faça uma síntese de cada cantiga
As cantigas compostas pelos trovadores eram musicadas e interpretadas pelo jo-gral, pelo segrel e pelo menestrel, artistas agregados às cortes ou perambulavam pelas cidades e feiras. Muitas vezes o jogral também compunha cantigas.
Na canção de amor o trovador canta seu amor a uma dama. O amor é impossibi-litado devido ao comprometimento da dama, também pelas diferenças sociais. O eu - lírico é masculino. A dama é normalmente de posição social superior.
Na canção de amigo mesmo sendo dolorosa ao mesmo tempo é prazerosa a dor do amor.
Tal cantiga expressa sentimentos que não se concretizam realmente.
O eu – lírico geralmente é feminino, mas pode ser masculino também.

Passo 2

Leia a cantiga de amigo abaixo e explique porque podemos dizer que há
um sistema que é chamado de paralelismo:
Os versos desse poema possuem metrificação silábica constituindo as estrofes de modo paralelo em seus versos, pois,as cantigas utilizam essa estrutura alternando os versos e repetindo o refrao, sendo que: os primeiros versos de 10 silabas, os segundos versos de 12 silabas e os terceiros de 8 silabas construindo assim um paralelismo entre as estrofes.
Suas rimas são compostas por: Ir e ar.

Passo 3

Na cantiga de amor abaixo, D. Dinis discute o problema da expressão
do amor nas poesias provençais, sugerindo certa falta de sinceridade. Usando
os elementos da própria cantiga, diga por que podemos chegar a tal conclusão.
A cantiga mostra que o mancebo louva sua senhora apenas quando tudo está bem, mas não quando seu coração está triste por não ter concretizado o idílio mas desejá-lo.

Passo 4

Explique, usando elementos do texto, porque podemos dizer que a
cantiga abaixo é uma paródia à teoria do amor cortês e às suas exigências:
Na verdade essa paródia é uma canção satirizada, classificada como uma canção de escárnio, pois ela maldiz a moça e não a elogia chamando-a de feia, velha e louca, ao contrario da canção de amor que ressalta as qualidades da moça.
O autor da canção faz ofensas com palavras de xingamento e diz que nunca fará para ela uma canção de amor.

Passo 5

Tendo em vista o fato de o “amor cortês” caracterizar-se justamente
pela impossibilidade de união real entre os dois amantes, diga em que consiste
a “falta” que define as relações amorosas das novelas de cavalaria. Explique
isso exemplificando com a história de Tristão e Isolda. (BÉDIER, Joseph. O
romance de Tristão e Isolda. São Paulo: Martins Fontes, 2001).
O mito de Tristão e Isolda foi retratado de diferentes maneiras na Idade Média. Em linhas gerais a história pode ser descrita assim:
Tristão, excelente cavaleiro a serviço de seu tio, o rei Marc da Cornualha, viaja à Irlanda para trazer a bela princesa Isolda para casar-se com seu tio. Durante a viagem de volta à Grã-Bretanha, os dois acidentalmente bebem uma poção de amor mágica, originalmente destinada a Isolda e Marc. Devido a isso, Tristão e Isolda apaixonam-se perdidamente, e de maneira irreversível, um pelo outro. De volta à corte, Isolda casa-se com Marc, mas Isolda e Tristão mantêm um romance que viola as leis temporais e religiosas e escandaliza a todos. Tristão termina banido do reino, casando-se com Isolda das Mãos Brancas, princesa da Bretanha, mas seu amor pela outra Isolda não termina. Depois de muitas aventuras, Tristão é mortalmente ferido por uma lança e manda que busquem a Isolda para curá-lo de suas feridas. Enquanto ela vem a caminho, a esposa de Tristão, Isolda das Mãos Brancas, engana-o, fazendo-o acreditar que Isolda não viria para vê-lo. Tristão morre, e Isolda, ao encontrá-lo morto, morre também de tristeza.

(Wikipédia)

A falta designa-se do fato de ambos desafiarem as leis e doutrinas regentes na época já que adultério era crime e não havia casamento por amor eram todos arranjados. Ate mesmo dentro do casamento o amor era mal visto. O amor cortes era baseado em não revelar diretamente esse amor.

Passo 6

Descreva, sucintamente, o argumento de A Demanda do Santo Graal e
explique o significado do episódio intitulado “A tentação de Galaaz” (in:
MOISES, Massaud. A Literatura Portuguesa através dos Textos. 28ª ed. São
Paulo: Cultrix, 2002) para a configuração de um tipo específico de cavaleiro
medieval.
A demanda do Santo Graal, o Graal é o próprio mistério, o objeto de desejo de todos e também a metáfora da busca individual, do autoconhecimento.
Em última análise, o santo cálice, usado por Cristo na sua última refeição e que teria sido trazido por José de Arimatéia, representa a Vida, a última ceia, o sangue de Jesus e, portanto, o próprio Cristo, que nela bebeu.

(Yahoo respostas)

A Demanda do Santo Graal é a novela mais importante para a literatura portugue-sa. Ela retrata as aventuras dos cavaleiros do rei Artur, portanto é um ciclo arturia-no ou bretão. O rei Artur nessas aventuras buscava encontrar o cálice sagrado (Santo Graal).
Segundo pesquisas este cálice conteria o sangue recolhido por José de Arimatéia, quando Cristo estava crucificado. Essa demanda é repleta de simbolismo religio-so, e o valoroso cavaleiro Galaaz que consegue o cálice por ser considerado uma pessoa pura ao contrário de Lancelot que ao ser tentado por uma mulher com-promete a sua castidade.